Érico Veríssimo (1905–1975)

Com Dudu aprende a malícia da vida amorosa; com Ondina, as tramas tortuosas dessa mesma vida.Com o major aprende a ponderação de todos os pontos; com Eufrasina, a prudência. Com Nestor, um pouco de cinismo; com Pirulito, a contemplação. Com Tonico descobre a força da morte e o arrependimento. E finalmente com Amaro descobre que as pessoas são territórios inexploráveis, estão sempre ainda por ser descobertas e guardando algum tipo de revelação inesperada.
Um pouco desse vasto território sem margens é que nos oferece Erico Verissimo nesta que é sua segunda obra, de 1933. Romance a um só tempo pictórico (nos oferece um retrato) e formativo ( nos mostra o processo por meio do qual cores e linhas confluíram para formar a face retratada), Clarissa é um convite ao reino da alteridade, onde todos os espelhos, em um ato de benevolência e em um gesto sui generis, retratam apenas e tão somente o que em nós é estranho e alheio a nós mesmos.… (mais)