O primeiro romance de Faulkner é menos uma obra-prima do que um romance decente e altamente legível. Sua sinopse já soa fantástica: Donald Mahon foi declarado morto, abatido nos céus durante a Primeira Guerra Mundial. Porém, ao voltar para casa e a família, ao descer do trem local, surpreende os pais e a ex-noiva, Cecília. Não está morto - e ainda assim não está exatamente vivo. É mais um destroço do que qualquer outra coisa: seu rosto, uma grotesca confusão de pontos; seu cérebro, semi-ausente - literalmente. Este pontapé inaugural já promete uma peculiar história de desilusão com a guerra, incluindo comentários prosaicos que cairiam como uma luva em qualquer ficção contemporânea sobre o consumismo e a vida suburbana - digamos, à la John Cheever. A maior parte do livro, particularmente as cenas com Cecília, são excessivamente poéticas, especialmente quando estamos loucos para saber: o que irá ela fazer? Sofrer com sua vocação altruísta e casar-se com esse alquebrado herói de guerra prestes provavelmente a morrer? O dilema é o foco principal de Soldiers Pay. [Spoiller alert] Donald morre e Cecília casa-se com o vice-pretendente de plantão, gritando para todos que não era mais a pessoa boa que já fora. Sherwood Anderson disse a Faulkner, em 1925: "Olhe, escreva um livro e eu prometo publicá-lo". Foi exatamente o que o discípulo fez. Assim que o manuscrito lhe chegou às mãos, Anderson se recusou a revisá-lo ou sequer ler uma linha antes de o deixar com os editores com a maior das recomendações. O livro foi publicado em 1926 e nenhuma alma teve qualquer coisa de boa a dizer sobre ele - era apenas mais um romance derivativo do pós-guerra, etc. e tal, que rapidamente desapareceria do prelo. Devo dizer que não se fez justiça. Soldier's Pay é realmente bom. ( )