No prólogo, em pleno período paleolítico, o pré-homem enfrenta a mecânica da vida primária de resistência simples em nível biológico. Ele ainda não tem capacidade de comunicação simbólica mas, sim, apenas mediante sinais. De repente, surge, fincado no solo, um imenso monolito, polido, geométrico, retangular – a revelação de um universo neolítico (pedra polida). Ele tateia cuidadosamente a pedra desconhecida, que é quase a aparição de um deus. Então a ação salta para o século XXI, numa elipse que sintetiza a história da humanidade e da civilização. Em 2001, o homem já domina a lua e, nesta, os norte-americanos possuem uma base - Clavius. Repete-se, então, o fenômeno: encontra-se o monolito na lua e os astronautas que dele se aproximam apresentam comportamento semelhante ao dos macacos, ao tocá-lo. Parte uma expedição rumo a Júpiter, com três tripulantes em estado de hibernação e dois outros vivos, auxiliando o principal tripulante, o computador eletrônico (Hal), a conduzir a nave. O escritor e grande especialista, Arthur G. Clarke, concebeu o comportamento do computador de ôlho ciclópico (tal como o Cíclope na Odisséia de Homero), após ouvir os maiores especialistas na fabricação de cérebros eletrônicos, que lhe disseram então ser perfeitamente viável existir algo como Hal, já capaz de iniciativas mentais próprias, e não apenas estimuladas por ordens e comandos. Hal é à prova de êrro - a sua ontologia é a infalibilidade. (trocadilho homófono: Hal pronuncia-se como Hell - inferno). E quando aquela é posta em dúvida pelos tripulantes da nave , procura matá-los, pois - como disse - a missão era "demasiadamente importante". Mas um dos astronautas escapa e vai ao cérebro propriamente dito do computador e começa a desligar todo o seu sistema intelectual e mnemónico. A aventura prossegue e, em suma, um marco básico para a história da science-fiction é sem a menor dúvida 2001: Uma Odisséia no Espaço. ( )