Da leitura desta obra quando da frequência universitária fiquei com a noção que deveria voltar a lê-lo sem as pressas que os afazeres académicos então me exigiam. Durante vinte e cinco não o fiz, não sei já se por falta de oportunidade se por me ter esquecido dessa nota mental. Finalmente chegou o momento de o reler e a sensação que me ficou é que devo ter-me confundido com outro livro, pois não achei o livro tão interessante como na minha ideia era. Porquê?
Lucien Fefvre escreve bem, literariamente é um portento. Porém, tal escrita não é adequada à História, pois o que que ganha em extensão perde em precisão. Se esta obra fosse expurgada de rodas as frases exclusivamente literárias e sem qualquer conteúdo histórico, a obra teria a sua dimensão reduzida para metade.
Além disso, a falta de exactidão e de síntese na linguagem rebuscada de Febvre, leva a que o leitor se perca no essencial: que não compreenda Lutero. Um leitor que nada saiba da vida, da obra e da doutrina de Lutero, pouco proveito tirará da leitura deste livro.
A conclusão é o exemplo perfeito de tudo quanto acima foi dito. Deveria o autor ter aproveitado para fazer uma síntese, um resumo, para realçar o que era mais importante, mas uma vez mais optou pela riqueza literária mas funcionalmente inútil. ( )

Non Fiction, History, Renaissance, Biography, First published as "Un destin: Martin Luther" Paris, Presses Universitaires de France, 1928, Martin Luther, a Destiny, New York, E.P. Dutton & Co., Inc., 1930, c1929, translated by Roberts Tapley ( )